quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Volta

Bom estou de volta, há muito tempo diga-se de passagem. Do último post pra cá foram duas paradas e o regresso a terrinha. Uma delas de apenas um dia em Londres e outra de cinco dias em Barcelona.
Provavelmente ninguém mais está lendo o blog, afinal já tem tempo que estou por aqui, já deu pra matar saudade do chopinho com os amigos (provavelmente o que mais senti falta), mas desde que voltei prometi pra mim mesmo que ia escerver este último post aí está.


Londres


De Londres não tenho muito o que dizer, passei apenas uma noite no aeroporto e pra quem acha que isso é algo estranho, um pouco louco, é porque nunca passou uma noite no aeroporto de Londres... a quantidade de gente dormindo pelo chão é tanta que fica até difícil achar um cantinho pra deitar, e a coisa já é tão comum por lá que o guarda te acorda, com toda educação mas sem cerimônia nenhuma quando chega a hora do aeroporto abrir.


No mais saí por algumas horas na cidade, quase congelei, afinal depois de um ano inteiro no verão tive que comprar um tenis, casaco para frio e calça, e encarar zero grau foi algo terrível, mas valeu para ver a neve, coisa que mal conhecia, provar um tradicional café da manhã inglês com linguiça frita, ovo frito, bacon... só coisa light, e ainda tomar um chopinho em um pub. Mas confesso que tava tão perdido que não consegui nem chegar no Big Ben e dos outros pontos turísticos mais manjados.


Barcelona

Barcelona foi bom para rever alguns amigos, voltar ao clima da casa Verdi, ver como fica a cidade no inverno, além de ver mais um jogo do Barça.
É um clima bem diferente do verão, as ruas não estão tão cheias, não tem aquele ar de loucura constante, parece até que é uma cidade séria.




Volta ao Brasil

Agora que estou de volta as perguntas que mais escuto são: do que mais gostou? O que você aprendeu? Voltou cheio de idéias? Vai abrir um negócio? Que dicas você pode me dar? Você faria de novo? Mas faria igualzinho? O que mudaria?
Então a resposta de cada uma dessas perguntas segue aqui em baixo por ordem:
É difícil dizer. Não sei. Acho que não. Que negócio e com que dinheiro!?!? Acho que não muitas. Claro. Claro que não. Nada.

Depois de devidamente esclarecidas as dúvidas mais básicas vamos para algumas considerações.
Pra quem pensa em viajar só o que posso aconselhar é; vá. Vai pra onde você tiver vontade, vai pra aquele país que você sempre teve curiosidade, que tem o monumento que você sempre quis ver, onde você acha que tem mais mulher bonita, onde você acredita que vai encontrar a praia perfeita ou pro lugar que você acha o nome mais engraçadinho. Sei que é total chavão, mas não indico ninguém pra ir a lugar nenhum, tenho plena consciência que alguns dos lugares que mais me diverti não tem nada demais, as coisas só dependem da experiência que você tem...
quando poderia imaginar que no interior de moçambique conheceria um monte de gente com história de vida impressionante e no fim da noite estaríamos todos tomando rum e brincando em uma praia paradisíca.


Cuidados que você deve tomar: seja educado e respeitoso com todos, assim dificilmente você terá problemas. Em geral todos gostam de turístas, se você mostrar respeito e interesse em conhecer um pouco mais da cultura do lugar que está, todos irão lhe tratar muito bem e se esforçar pra te mostrar o que o país tem de melhor, ainda que o melhor que não te pareça tanto.

Idioma: isso é o que todo mundo já sabe, inglês. Claro que quantos mais idiomas você souber aumenta o número de pessoas que você pode falar, mas só com inglês já da pra se virar em quase todos os lugares. Sempre tente aprender nem que seja apenas oi da língua local, assim você mostra que está tentando aprender sobre tal paìs e as pessoas em geral gostam.

Dinheiro: o custo de uma viagem pela África subsahariana é bem semelhante ao de uma viagem pelo interior do Brasil. Na Europa é obviamente mais caro, mesmo no Leste que todos dizem que é mais barato a diferença não é tão grande assim. Já a Ásia é onde qualquer mochileiro mão de vaca se esbanja, é impressionantemente barato. O problema do dinheiro está quando vc volta, deixe uma reserva generosa para este momento, digo por experiência própria que nem sempre o emprego vai surgir tão fácil como se imagina.

E o que se ganha de fato com esse tipo de viagem é difícil de explicar, é uma coisa muito pessoal, uma sensação de ter vivido, quase de dever cumprido, e algumas vezes nos momentos mais estranhos te da uma tranquilidade, como quando você está em um metro lotado, ou naquela rua cheia de pessoa andando rápido e camelôs gritando ou em qualquer outro ambiente estressante do dia a dia, vc observa alguma coisa que te faz lembrar do cabrito amarrado no teto de uma van superlotada em Moçambique, ou daquela noitada perfeita em Barcelona, ou aquele por do sol no rio Mekong que você acompanhou com uns amigos em total silêncio até que três franceses começaram a cantar bem baixinho uma música da Edith Piaf, então você volta a realidade, olha o caos em volta. Sorri. E continua andando.
















domingo, 10 de janeiro de 2010

Malásia: Kuala Lumpur

Pensei que não ia escrever nada sobre a Malásia, afinal fico apenas quatro dias nesse país, só em uma cidade, Kuala Lumpur, e confesso que não estou me esforçando nem um pouco pra conhecer este lugar. Mas a total falta do que fazer me levou a escrever um pouco.

O que chamou a atenção aqui é que esta cidade é completamente diferente das outras que passei pela Ásia. Cidade limpa, organizada, com várias opções de transporte, é um lugar moderno e talvez o único em todo sudeste asiático que os turistas podem caminhar sem ser importunados a cada 5 passos por gente tentando vender. Outra coisa que chama atenção é que quando se entra na loja os produtos tem preços, o que salva horas e horas do dia em que se passa tentando descobrir o preço de algo que na realidade você nem quer comprar.
Sei que isso que to escrevendo parece bobo, já que são coisas simples e que se pode encontrar em qualquer cidade normal, mas depois de três meses por essa região do mundo acreditem, isso é surpreendente.
A comida da Malásia consegue ser mais esquisita do que de todos os outros países que passei, é uma sopa que jogam tudo dentro, e tudo é a melhor explicação que posso dar, porque não identifiquei metade das coisas que comi. Mas como disse antes é um lugar moderno e cheio de opções de comidas "normais" então isso não é problema.
Também chama a atenção a fluência com que as pessoas falam inglês, em toda ásia se entende e se fala o básico, mas aqui até agora todo mundo que parei falava inglês fluente, com um certo sotaque é claro, mas quem não tem.


Atrações turísticas não vi muito, fui até as torres que são a principal atração aqui, e fiquei sabendo que fora da cidade tem alguns templos e animais interessantes de ver, mas a preguiça foi mas forte, e no mais o que traz turistas pra cá são os shoppings, principalmente pelos preços dos eletrônicos.


To indo pra Europa, primeiro destino é o aeroporto de Londres, onde passo uma noite, e no dia seguinte volto para Barcelona.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Indonésia

Fiquei muito tempo sem escrever então acumulou muita coisa pra dizer.
Depois de nove meses pensei que seria fácil viajar em qualquer lugar, mas a Indonésia me mostrou que estava errado. Agora já não estou mais querendo conhecer a cultura asiática, ou entender como as pessoas vivem na Indonésia, tudo que queria aqui era um lugar tranquilo com boas ondas, mas não é muito difícil conseguir informação por aqui, mesmo os livros sobre a Indonésia são bem confusos, e quanto às ondas, como não é a época certa também não é tão simples de encontrar.
O país em tem 90% da população formada por muçulmanos, mas a maior parte do tempo passei na ilha de Bali, onde todo mundo é hindu. É interessantes ver todos os dias as pessoas colocando as oferendas para "Deus" nas portas das lojas, na frente dos carros e motos, e em qualquer lugar que se olhe, também é legal ver como ainda usam os trajes típicos sempre que tem uma cerimônia por mais simples que seja, ou seja, quase todo dia.
Como foi muito tempo vou apenas escrever um resumo das cidades que passei, quem quiser jogar num mapa as cidades vai ver que meu roteiro não tem nenhum sentido, como disse antes fiquei meio perdido por aqui.

Kuta Bali
Primeira cidade da Indonésia, passei apenas dois dias, mas gostei do que vi, o mar estava pequeno e não tinha tanta onda, mas já deu pra entrar um pouco no clima, e no trecho da praia em frente ao hotel tinha um campinho de futebol pra matar a saudade de jogar futebol de areia.
A cidade é lotada de australianos que vem pra cá em qualquer feriadinho que tenham, já que pelo que me disseram a passagem daqui pra austrália é ridícula de barata, assim, em todo lugar tem bares agitados com boites, e música extremamente alta por toda noite. As ruas tem um tráfico maluco, na Indonésia de modo geral o jeito de dirigir é um tanto agressivo, e aqui em Kuta pelo excesso de carros e principalmente de motos torna o trânsito bem caótico.

Gili Trawang
Gili é sem dúvida o que a maioria das pessoas tem em mente quando pensam em paraíso. São três pequenas ilhas à oeste de Lombok, sendo que na maior delas para dar a volta da ilha a pé demora cerca de duas horas e meia, aliás aqui não tem carro nem moto, os meios de transporte são carroça ou bicicleta.
O que há pra fazer aqui? Basicamente relaxar, as principais atividades são snorkling e mergulho, mas a maioria das pessoas, assim como eu, apenas passa o dia na praia ou deitado numa rede de frente pro mar.



Kuta lombok
Cidade no sul de Lombok, na verdade está mais pra vila do que pra cidade. É um lugar bem pequeno, mas o maior pra ficar no sul desta ilha, e é normalmente usado como base pra quem quer ir nas praias do sul.

Todos aqui vem quase que exclusivamente pra surfar, não tem mais nada pra fazer, mas em compensação são várias praias, basta pegar uma moto e buscar qual que tem a onda mais a seu gosto, para chegar na arrebentação em algumas praias da pra ir remando, outras é necessário pegar um barco, e todas quebram em recifes.
No primeiro dia só por curiosidade resolvi ver o quanto de água protegia do contato com os recifes, e confesso que fiquei assustado ao notar que ao sair da prancha a água apenas passou por muito pouco a altura da minha cintura, mas depois de um dia já se acostuma e perde o medo.






Sumbawa
Como disse Indonésia é um país complicado de viajar, então para ir ao próximo destino tinha duas opções pagar 360.000 rupias, ou ir através de transporte público. Optei pela segunda opção, então depois de 10 horas em que utilizei 3 bemos, 2 vans, um barco, 2 micro ônibus e uma moto, cheguei ao meu destino pela impressionante quantia de 85.000 rupias (17 reais).
Até aí tudo bem, mas chegando ao local notei que era o único hóspede do hotel e tenho quase certeza que o único turista da cidade, o que seria bom se não tratasse de uma cidade tão estranha. Eles têm uma praia linda, mas como são muçulmanos ninguém vai, e obviamente vc se sente obrigado a não entrar na água já que não pode tirar a camisa, é uma cidade que ninguém anda, até crianças de oito anos têm scooter, e era um dia antes do natal, mas como disse antes em uma cidade só de muçulmanos isso não faz a menor difereça, resultado... no dia seguinte resolvi voltar para Bali, novamente em transporte público, fazendo eu economizar mais umas 300.000 rupias, e também consegui alcançar a marca de 5 bemos, 2 vans, 3 barcos, 5 micro ônibus e 2 motos em aproximadamente 48 horas. Impressionante.

Padanbai
Cheguei aqui na noite antes do natal, e meu plano era na manhã seguinte voltar à Kuta Bali para as festas, mas cansado da minha maratona de viagem resolvi passar o natal por aqui mesmo. O que acabou sendo uma ótima idéia.
A maioria das pessoas não fica mais do que uma hora nesta cidade, já que aqui é onde se pega o barco entre Bali e Lombok, mas quem fica por um dia acaba ficando por muito tempo. Não há muito o que fazer , a cidade é mínima e só tem uma praia pequena e bonita, onde sempre tem alguém tocando um violão, também tem dois bares (sim eu contei) que tem um ambiente tranquilo pra bater um papo e passar horas tomando uma cerveja sem pressa.
É um lugar que não tem muito o que dizer a respeito, só que tem um clima bom, com pessoas tranquilas e foi divertido passar o natal por aqui.














Nusa Lembongam
Após o natal fui para esta ilha na esperança de encontrar boas ondas, mas mais uma vez frustrado, as ondas estavam mínimas. Conversando com locais deu a entedeer que é um dos lugares com as melhores ondas da Indonésia, mas não ia ser dessa vez que eu ia ver.
A ilha é bem bonita e calma, calma até demais, nove horas da noite já tá tudo fechado, fiquei apenas dois dias e depois resolvi voltar para Padanbai para passar o ano novo com o mesmo pessoal do natal.
Nas foto abaixo, â direita o transporte de ida para ilha, e â esquerda o de volta.





Padanbai 2
Mais do mesmo. Foi o esperado, assim como antes, não tem muito o que fazer além de ir pra praia e tomar uma cervejinha a partir do fim da tarde. Mas foi bem interessante, acho que por vício quando dou por mim já to conversando por horas no meio de locais, então nessas duas passagens por aqui deu pra ter uma idéia do que se passa na Indonésia e com a religião hindu.
A virada do ano foi simples e divertida, assim como no natal fizemos uma ceia em um Warung (foto abaixo) que dias antes do natal um alemão que estava em nosso grupo resolveu reformar apenas para ajudar a família, o lugar antes era horrível e agora ficou bem simpático, durante a noite toda pessoas pelas ruas e soltando fogos.







Kuta Bali 2
Mais uma vez saí de Padanbai correndo atrás das ondas, dessa vez voltei pra Kuta, mas a cidade estava um pouco diferente da primeira vez que vi. Todos hotéis lotados, o trànsito pior ainda, e não sei porque a praia estava imunda, principalmente a água, com direito a peixes mortos espalhados pela areia.
As ondas estavam com um tamanho razoável mas o vento não estava ajudando, então ainda não foi dessa vez que encontrei as ondas prometidas.

Sanur
Faltando quatro dias resolvi arriscar uma última cidade pra encontrar essas tais ondas, e finalmente deu certo. Cheguei pela tarde e de cara encontrei um conhecido de Padanbai, que estava na mesma saga que eu  atrás das ondas.
No dia seguinte logo pela manhã fomos para uma das praias, para chegar até a arrebentação primeiro tem que caminhar por uns recifes um tanto afiados por uns bons 200 metros, mas sem dúvida vale a pena. O mar estava bem maior do que alguém com minha exeperiència de surf deveria entrar, principalmente considerando mais uma vez o fundo de recifes, dessa vez um pouco mais profundo, mas ainda assim possível de ver da superfície já que a água era bem clara... mas já tava lá e não tinha como fugir. Em três horas peguei apenas três ondas, mas que com certeza valeram a pena todo esforço, já que nem eu acredito quando digo que peguei umas ondas daquela, enfim tudo que escrever vai parecer mentira, até poque obviamente não tenho fotos, só no último dia resolvi levar a máquina, e claro que neste dia o mar estava pequeno.

Definitivamente faltou ir a muitos lugares na Indonésia, o país é muito grande e quem quer vir pra cá é bom planejar antes, quem sabe um dia volto pra completar o que falta como por exemplo fazer as escaladas nos vulcões ou ver o dragão de Komodo.


Essa postagem ficou esquisita, porque tinha muito coisa junta, agora já estou na Malásia onde vou ficar por apenas quatro dias e de onde volto pra Europa para depois de mais de um ano no verão congelar no pior inverno euorpeu da história